Dez policiais penais que atuavam na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, foram retirados de suas funções após denúncias de que teriam agredido Igor Eduardo Cabral, preso por tentativa de feminicídio em julho deste ano. A medida foi adotada após apuração interna da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que decidiu transferir o grupo para o Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró, alegando necessidade administrativa. O caso tramita sob sigilo.
As acusações foram feitas pelo próprio detento em agosto. Igor afirmou que foi mantido nu e algemado em uma cela isolada, onde teria sido alvo de agressões praticadas por policiais penais.
O crime pelo qual Igor responde
Igor Cabral, de 29 anos, foi preso em 26 de julho, após agredir brutalmente a namorada, Juliana Soares, de 35 anos, dentro do elevador de um condomínio em Ponta Negra, Zona Sul de Natal. As câmeras de segurança flagraram o momento em que a vítima recebe mais de 60 socos, ficando com o rosto gravemente desfigurado.
O ataque mobilizou moradores, que detiveram o agressor até a chegada da Polícia Militar. Juliana foi encaminhada ao Hospital Walfredo Gurgel com fraturas, mandíbula deslocada e perda parcial da visão.
Durante o depoimento na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Igor alegou sofrer de claustrofobia. A Justiça determinou sua prisão preventiva já na audiência de custódia.
A investigação apontou que a agressão aconteceu após uma discussão iniciada em uma área comum do condomínio, onde o casal participava de um churrasco com amigos. Juliana relatou que o acusado teve uma crise de ciúmes ao ver mensagens em seu celular.
Uma semana após o ataque, a vítima passou por uma cirurgia de reconstrução facial no Hospital Universitário Onofre Lopes, da UFRN, um procedimento complexo que durou sete horas.