A Igreja Mundial, fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, foi condenada novamente, já na segunda instância, a pagar uma indenização de R$ 10 mil a um ex-funcionário da instituição que participou de uma greve em 2021. Valdemiro fez declarações ofensivas, como chama-lo de “imundo”.
O templo recorreu no ano passado, mas foi derrotado novamente. O ex-empregado disse que sofreu assédio moral durante o movimento grevista e que durante um culto transmitido pela TV, chamou os grevistas de “ingratos, imundos, incrédulos, avarentos e endemoniados”.
Para a Justiça, as declarações caracterizam humilhação e são abusivas. A decisão destacou que o empregador tem o dever de respeitar a honra, a dignidade e os direitos do empregado, e que a conduta do apóstolo extrapolou os limites.
Além do assédio moral, o ex-funcionário também reclamou sobre atrasos no pagamento de salários. A empresa alegou que os atrasos ocorreram devido a dificuldades financeiras durante a pandemia. No entanto, a Justiça rejeitou essa justificativa, afirmando que dificuldades financeiras não eximem o empregador de cumprir suas obrigações trabalhistas.
O magistrado ainda afirmou que “a crença religiosa não pode servir de escusa para agredir pessoas, de forma deliberada, qualificando-as de forma pejorativa em um púlpito diante de milhares de pessoas”.