O Ministério Público do Amazonas (MPAM) pediu a prisão preventiva de cinco policiais militares e um guarda municipal suspeitos de estuprar uma mulher indígena da etnia Kokama na delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do estado. Os crimes teriam ocorrido entre novembro de 2022 e agosto de 2023, enquanto a vítima estava presa com seu filho recém-nascido.
Segundo o MP, os abusos aconteceram de forma recorrente, sempre à noite, e em algumas vezes foram cometidos por mais de um agressor ao mesmo tempo. A mulher também relatou ter sofrido tortura, humilhações e ameaças, inclusive após ser transferida para Manaus. Parte dos suspeitos teria ido até a casa da mãe da vítima para intimidá-la.
A custódia da mulher ocorreu em condições degradantes, em uma cela masculina, sem acesso a cuidados médicos, apoio psicológico ou defesa jurídica. Exames médicos e psicológicos confirmaram os abusos.
O MP destacou que os acusados continuam em liberdade, o que representa risco à vítima, às investigações e à sociedade, já que eles seguem armados e em serviço. Por isso, além da prisão, o órgão pediu o afastamento dos cargos e a suspensão do porte de arma dos envolvidos.
A procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, afirmou que o caso exige uma resposta firme do Estado. O processo corre em segredo de Justiça para proteger a vítima.