O Ministério Público pediu e a Justiça decretou a prisão preventiva de Matheus Rodelo Monteiro Machado, de 27 anos, acusado de aplicar um golpe de R$ 104,5 mil em uma mulher de 31 anos, moradora de Caraguatatuba (SP). Conhecido como “estelionatário do amor”, ele foi preso nesta quarta-feira (8) em Santos, após uma investigação que revelou o uso de relacionamentos amorosos para aplicar golpes em mulheres de diferentes cidades.
Segundo a Polícia Civil, Matheus manteve um relacionamento com a vítima por cerca de dez meses. Durante o namoro, ele se apresentava como investidor e a convenceu a fazer 51 transferências bancárias, alegando que o dinheiro seria aplicado em criptomoedas e dólares para garantir o futuro do casal. No entanto, as promessas de retorno nunca se concretizaram.
Após o término do relacionamento, a mulher passou a cobrar o dinheiro, mas o acusado afirmou ser viciado em jogos e alegou não ter condições de pagar. Mesmo após firmar um acordo de confissão de dívida, ele não quitou os valores. Em seguida, passou a ameaçar a vítima. Em uma das mensagens, escreveu:
“Sabe qual o maior risco em colocar os pés no pescoço de um tigre? Você nunca mais pode tirar.”
Com base nas provas apresentadas, o Ministério Público denunciou Matheus 51 vezes por estelionato e também por ameaça. A Justiça acatou o pedido e destacou que o investigado usava o mesmo modus operandi para enganar mulheres em outras localidades, o que reforçou a necessidade da prisão preventiva.
Matheus foi localizado na Avenida Epitácio Pessoa, em Santos, após 14 horas de operação policial. Com ele, foram apreendidos dois celulares, 11 cartões bancários, porções de fumo, medicamentos controlados e um carro registrado em nome de outra pessoa.
O suspeito se recusou a assinar o mandado de prisão e foi encaminhado à cadeia pública do 5º Distrito Policial de Santos, onde permanece à disposição da Justiça. A polícia orienta que outras possíveis vítimas procurem uma delegacia para registrar ocorrência.
A defesa de Matheus classificou a prisão como “ilegal e desproporcional aos fatos investigados” e afirmou que irá provar a inocência do acusado.