Mesmo preso preventivamente, o vereador Rosinaldo Bual (Agir) continuará recebendo o salário integral de R$ 26.080,98 durante o período de afastamento de 120 dias determinado pela Justiça. A decisão segue o princípio da presunção de inocência, já que o parlamentar ainda não foi condenado em definitivo. A Câmara Municipal de Manaus (CMM) ainda não se manifestou sobre a possibilidade de suspender a remuneração ou convocar o suplente.
Bual teve a prisão mantida após audiência de custódia realizada na noite de sexta-feira (3). Ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP), no quilômetro 8 da BR-174, onde cumpre a prisão preventiva em cela especial, direito assegurado a parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 2,5 milhões em bens e a quebra de sigilos bancário e telemático para garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos.
A prisão ocorreu durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas (MPAM), que investiga supostos esquemas de peculato, concussão, associação criminosa e lavagem de dinheiro na Câmara Municipal. Durante as buscas, três cofres foram apreendidos e abertos com auxílio do Corpo de Bombeiros. Dentro de um deles, os agentes encontraram R$ 390 mil em espécie, dois cheques que somavam mais de R$ 500 mil e diversos documentos e passaportes.
Além das suspeitas de corrupção, Bual foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo de uso permitido. Ele e a chefe de gabinete, Luzia Seixas Barbosa, permanecem detidos em unidades prisionais do Amazonas. A manutenção do salário de mais de R$ 26 mil mensais, mesmo diante da prisão, deve gerar debate dentro e fora do Legislativo manauara.