A Vara Única do Tribunal do Júri de Boca do Acre condenou Natan de Melo Furtado, conhecido como “Giban”, a 27 anos e 1 mês de prisão em regime fechado pelo assassinato de Ana Lúcia Barbosa da Silva. O julgamento ocorreu na última quarta-feira (17) e enquadrou o réu por feminicídio, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Segundo o Ministério Público do Amazonas (MPAM), Natan não aceitava o fim do relacionamento extraconjugal com Ana Lúcia. Em 27 de junho de 2021, ele atacou a vítima com um facão, golpeando-a no pescoço, e depois ateou fogo na casa onde ela estava, na tentativa de apagar as provas do crime. O incêndio destruiu parte do corpo da mulher. O Conselho de Sentença acolheu integralmente a denúncia do promotor Marcos Patrick Sena Leite, que classificou a decisão como “um marco contra a violência de gênero e um recado firme da Justiça”.
A condenação se baseou em testemunhos e laudos periciais, que reforçaram a brutalidade do crime. Para a polícia, Natan se encaixa no perfil de um serial killer, já que é investigado em outros assassinatos com o mesmo padrão: mulheres solteiras, acima dos 40 anos, mortas com requintes de crueldade.
O histórico do acusado é marcado por reincidência. Em 2016, ele incendiou uma casa em Boca do Acre, matando uma parceira com quem se relacionava. Cinco anos depois, voltou a repetir o modus operandi contra Ana Lúcia. Preso na cidade, conseguiu escapar serrando as grades da delegacia e fugiu para Manaus.
Na capital, Natan fez mais uma vítima: Leonor Maria Nascimento da Silva, de 57 anos, encontrada morta com mais de 70 facadas em sua residência no bairro Raiz. Após o crime, ele fugiu para Iranduba, onde foi recapturado em setembro de 2021.
Com a primeira condenação já definida, outras investigações seguem em andamento. Para o delegado Ricardo Cunha, o caso escancara o grau de periculosidade do réu:
— “Natan é um assassino em série. Já são três mulheres mortas, todas dentro do mesmo perfil. É um criminoso frio e altamente perigoso”, destacou.