A 1ª Vara Criminal do Foro de Praia Grande determinou a liberdade de Ígor Rodrigues da Silva, 30 anos, motoboy que cumpria prisão preventiva desde julho, acusado de tráfico de drogas enquanto comia miojo dentro do carro. A decisão, proferida na última sexta-feira (12) pelo juiz Fernando Cesar do Nascimento, substituiu a prisão pela obrigação de manter o endereço atualizado, permitindo a soltura no mesmo dia.
O magistrado considerou que Ígor já permaneceu preso por tempo suficiente, quase cinco meses, e que a fase de produção de provas orais, como interrogatório e oitiva de testemunhas, está concluída. Resta apenas a apresentação do laudo pericial para que as partes apresentem as alegações finais. O juiz ponderou ainda que, com a proximidade do recesso forense, a sentença poderia atrasar até o próximo ano, justificando a medida alternativa à prisão preventiva.
A prisão ocorreu em 30 de julho, no bairro Sítio do Campo. Segundo o boletim de ocorrência, policiais militares foram ao local após denúncia de venda de drogas. Ao chegar, encontraram Ígor dentro de um carro, onde, conforme relato, comia um macarrão instantâneo.
Durante a revista, a polícia afirma ter fapreendido um estojo com odor de maconha, R$ 965 em dinheiro que o acusado atribuiu à venda de uma bicicleta e, dentro do veículo, uma sacola preta contendo 26 porções de maconha e 121 de cocaína. Ígor negou ser o dono das drogas e ter praticado tráfico.
Em entrevista, Ígor afirmou que o período na prisão foi “revoltante”. “Fui abordado e algemado, difícil, né? Sem saber o que estava acontecendo comigo”, desabafou. Ele disse que agora pretende aproveitar o tempo com a família.
A defesa, liderada pelo advogado Renan Lourenço, comemorou a decisão judicial. “Desde o primeiro momento, afirmamos com convicção: não havia prova concreta de autoria, tampouco situação de flagrante capaz de legitimar a prisão”, declarou. Lourenço acrescentou que a audiência de instrução revelou que imagens de vídeo apontavam para outras pessoas traficando no local, e não para Ígor.
O caso continua em andamento, e a Justiça aguarda o laudo pericial para prosseguir com as etapas processuais.