“Eu passei os três piores dias da minha vida”. Assim define a diarista Débora Cristina da Silva Damasceno, de 42 anos, após ficar presa três dias em uma penitenciária do Rio de Janeiro mesmo sendo inocente. O erro ocorreu após ela ser vítima de violência doméstica e procurar uma delegacia em Petrópolis, no Rio de Janeiro, para tentar fazer a denúncia.
Débora foi agredida pelo marido e buscou ajuda na 105ª Delegacia de Polícia Civil (105ª DP), que fica na cidade, quando foi surpreendida com um mandado de prisão expedido pela Justiça de Belo Horizonte pelo crime de trágico de drogas e associação criminosa. A pessoa procurada, porém, se chamava Débora Cristina Damasceno (sem o “da Silva” como o da mulher que foi presa em seu lugar), uma mineira, e que tem 34 anos.
Ao ver o equívoco, Débora diz que argumentou e mostrou as inconsistências, mas, mesmo assim, foi levada para a prisão, no Rio de Janeiro. “Eu passei, por causa de um nome, um erro, eles não acreditaram em mim, que eu era inocente. Eu passei os três piores dias da minha vida, aterrorizante. Eu só peço que os outros, antes de condenar as pessoas, olhem mais, pesquisem mais, antes de julgar uma vida”, disse.
A 2ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Comarca de Belo Horizonte reconheceu que “houve um equívoco” no mandado de prisão, que foi expedido com os dados de Débora da Silva. Além disso, os nomes dos pais também são bem diferentes. A 105ª DP informou que apenas cumpriu o mandado de prisão.
Após ser solta da prisão, Débora conseguiu a medida protetiva e o caso de violência cometido contra ela é investigado.