Em São Paulo, o julgamento de Paulo Cupertino Matias, de 54 anos, chegou ao fim no Fórum da Barra Funda, com a condenação do réu a 98 anos de reclusão em regime fechado. Ele foi considerado culpado pelo triplo homicídio do ator Rafael Miguel, de 22 anos, conhecido por seu trabalho em “Chiquititas”, e dos pais do jovem, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50 anos. O crime bárbaro ocorreu em junho de 2019, no bairro de Pedreira, na zona sul da capital paulista.
Naquele dia, Rafael e seus pais foram à residência da filha de Cupertino, com quem o ator mantinha um relacionamento, com o intuito de dialogar sobre o namoro. Eles foram recebidos pela mãe e pela jovem. Subitamente, Cupertino surgiu no local portando uma arma e efetuou múltiplos disparos contra as três vítimas, que aguardavam no portão da casa, causando suas mortes instantâneas.
Após permanecer foragido por quase três anos, Cupertino foi localizado e preso em maio de 2022, em um hotel situado em Interlagos, na mesma região onde ocorreu o crime.
Durante os dois dias de júri, o promotor Thiago Alcocer Marin classificou o assassinato de Rafael Miguel como um ato de extrema covardia e solicitou uma pena exemplar para o acusado. Segundo a acusação, foram efetuados doze disparos: sete contra Rafael, três contra seu pai e dois contra sua mãe.
A defesa, por sua vez, através da advogada Mirian Nunes Souza, argumentou que o Ministério Público não apresentou provas irrefutáveis da autoria do crime por parte de seu cliente. Ela mencionou o depoimento da ex-mulher de Cupertino, Vanessa Tibcherani de Camargo, que relatou um histórico de agressões por parte do réu.
O testemunho mais impactante foi o de Isabela Tibcherani Matias, filha de Cupertino e namorada de Rafael. Ela solicitou ao juiz que seu pai não estivesse presente durante seu depoimento. Isabela descreveu as dificuldades impostas pelo pai ao seu relacionamento com Rafael e narrou diversos episódios de violência doméstica contra ela e sua mãe. Ela detalhou o dia do crime, desde o encontro com Rafael até o momento em que presenciou o pai atirar contra ele e seus pais. Isabela classificou o pai como machista e misógino e revelou que ela e seu irmão sofrem de problemas de saúde mental desde o ocorrido.