O advogado baiano João Neto, acusado de agredir a namorada, atribuiu à discriminação racial a suspensão temporária de sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou: “Esse negro aqui vai continuar vivendo bem, comprando o que quiser. Só posso atribuir isso ao racismo”.
A suspensão por 90 dias foi decidida de forma unânime pela Turma Especializada da OAB e publicada no Diário Eletrônico da entidade no dia 9 de maio. A medida entrou em vigor em 13 de maio, data em que Neto foi liberado do presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió (AL), após cumprir 29 dias de prisão preventiva por suspeita de agredir a namorada.
Segundo a OAB, a penalidade não está diretamente relacionada à acusação de violência doméstica, mas ao comportamento do advogado em redes sociais e entrevistas, considerado incompatível com a ética da profissão. O processo ético-disciplinar que resultou na punição já tramitava antes da prisão de Neto.
Na publicação, o advogado também questionou o tratamento da Ordem. “Por que a OAB protege alguns em casos graves como tráfico ou corrupção, mas pune um advogado negro, filho da periferia?”, escreveu. Até o momento, a OAB não se pronunciou sobre as declarações.
Apesar da suspensão, João Neto segue ativo nas redes sociais e declarou que não pretende se afastar de suas atividades.
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