Um professor de Direito e advogado conhecido no meio acadêmico do Rio Grande do Sul foi preso temporariamente na manhã desta sexta-feira (26), em Porto Alegre, sob suspeita de crimes sexuais e violência psicológica. A investigação da Polícia Civil já reúne depoimentos de 13 mulheres que relatam situações de estupro, agressões durante relações sexuais e episódios de manipulação emocional.
A prisão foi autorizada pela Justiça após a coleta de depoimentos considerados consistentes e semelhantes entre si. De acordo com a delegada Fernanda Campos Hablich, as vítimas também passarão por perícia psicológica para reforçar a apuração. O caso começou com uma denúncia anônima, que levou à identificação de outras mulheres dispostas a contar suas experiências.
Antes da prisão, o professor já cumpria medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, retenção do passaporte, proibição de contato com vítimas e restrição de frequentar instituições de ensino. Dias antes, ele havia sido demitido da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP), onde lecionava e coordenava cursos. A OAB/RS, por sua vez, instaurou processo ético-disciplinar para apurar as acusações.
Nas redes sociais, o investigado negou os crimes, disse repudiar qualquer forma de violência contra a mulher e declarou confiar que “a verdade dos fatos se sobressairá”. A defesa dele considera a prisão “desproporcional” e anunciou que entrará com habeas corpus. Já a advogada das vítimas afirmou que a decisão judicial representa um alívio para as mulheres que denunciaram e um avanço no reconhecimento da gravidade das acusações.