O Tribunal do Júri de Sorriso (MT) impôs nesta quinta-feira (7) uma sentença de 225 anos de prisão ao pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 34 anos, pelos crimes hediondos cometidos contra uma mãe e suas três filhas em novembro de 2023. O caso, que chocou o país pela brutalidade, foi julgado em maratona processual de 10 horas na 1ª Vara Criminal da comarca.
Os detalhes do crime revelam uma sequência de violência extrema. Na madrugada de 24 de novembro, Gilberto, que já respondia por outros crimes violentos, invadiu a residência da família Cardoso após consumir drogas. O primeiro contato ocorreu quando Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, surpreendeu o invasor e foi imediatamente esfaqueada. As filhas Miliane, de 19 anos, Manuela, de 12 anos, e Melissa, de 10 anos, acordaram com o barulho e se tornaram testemunhas e vítimas da barbárie que se seguiu.
As investigações apontam que o réu cometeu violência sexual contra três das vítimas ainda com vida, incluindo as duas adolescentes, antes de asfixiar a caçula de 10 anos. A cena do crime foi ainda mais macabra pela revelação de que o agressor levou consigo a calcinha da menina mais nova como troféu, além de ter escondido suas roupas ensanguentadas no local de trabalho.
O juiz Rafael Deprá Panichella considerou na sentença múltiplas qualificadoras que justificam a pena exemplar: aplicação da Lei Henry Borel pelos crimes contra menores, feminicídio qualificado, reincidência criminal comprovada e crueldade extrema nos métodos empregados.
O histórico criminal do condenado inclui participação no assassinato do jornalista Osni Mendes em Goiás (2013) e um caso de estupro com tentativa de homicídio em Lucas do Rio Verde registrado apenas três meses antes da chacina em Sorriso. A descoberta dos corpos só ocorreu em 27 de novembro, quando uma parente estranhou a ausência de notícias da família.