O coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo, Luiz Enrique de Souza Ikeda, de 54 anos, tornou-se réu por estupro de vulnerável. A denúncia foi aceita pela Justiça paulista após o Ministério Público reunir elementos que incluem uma gravação feita pela própria vítima, na qual o acusado admite ter cometido abusos sexuais quando ela ainda era criança.
Os fatos investigados ocorreram em 2011, no município de Limeira, interior do estado, e começaram a ser apurados formalmente em 2020 pela Delegacia de Defesa da Mulher. Na época dos crimes, a vítima tinha 10 anos. O áudio em que Ikeda admite os abusos foi gravado anos depois, em 2017, quando a vítima era adolescente, e integra as provas reunidas pela acusação.
O conteúdo da gravação levou o Ministério Público a denunciar o ex-policial militar por estupro de vulnerável em janeiro de 2024. A Justiça aceitou a denúncia no mês seguinte, iniciando a fase judicial do processo, que tramita sob sigilo, como determina a legislação em casos que envolvem vítimas menores de idade.
Durante interrogatório, o acusado reconheceu parte do conteúdo do áudio, mas alegou que a gravação teria sido feita com o intuito de prejudicá-lo. Sua defesa contesta o material como prova e afirma que tomará medidas legais contra a divulgação de informações.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que Ikeda se aposentou em agosto de 2024 e, embora esteja fora da ativa, ainda responde a um processo administrativo interno, que pode resultar em sua exclusão definitiva da corporação.
O caso segue sob investigação e análise judicial. Por envolver crimes sexuais contra uma criança, todos os detalhes que possam identificar a vítima ou expor situações sensíveis são preservados conforme previsto em lei.