O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi morto a tiros na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, litoral paulista. Ele dirigia um carro quando foi perseguido por criminosos, perdeu o controle da direção, bateu em um ônibus e capotou. Em seguida, homens armados desceram de outro veículo e dispararam diversas vezes contra o delegado. Fontes chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
A principal linha de investigação aponta que o crime foi cometido por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ruy Ferraz Fontes foi um dos primeiros delegados a investigar a atuação da facção no início dos anos 2000 e, em 2019, foi jurado de morte por Marcola, líder máximo do grupo, após a transferência do criminoso para o sistema penitenciário federal.
Com mais de 40 anos de carreira, o delegado se destacou no combate a roubos a bancos, tráfico de drogas e homicídios, além de ter chefiado o Departamento de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Entre 2019 e 2022, comandou a Polícia Civil paulista como delegado-geral na gestão do ex-governador João Doria.
Nos últimos anos, Ruy assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, onde permanecia até ser executado. Seu histórico de enfrentamento ao PCC e as ameaças feitas por Marcola colocam o nome do delegado entre os alvos mais sensíveis da facção criminosa, reforçando a suspeita de que o atentado tenha sido uma retaliação.