segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Luta feminina: Clipe com mais de 60 mulheres aborda violência e direito ao próprio corpo

O clipe da canção “O Corpo é Meu” estreia esta quarta-feira, 13/08, às 12h (horário Manaus), no canal do YouTube da artista Joyce Cândido (acesse clicando aqui), uma das compositoras, ao lado de Flávio Pascarelli e Guilherme Sá. O single foi lançando em junho deste ano e a letra é inspirada no artigo “O mito da posse: o corpo da mulher não é propriedade”, de autoria de Giselle Falcone Medina, Juíza Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE/AM) pela classe dos juristas (acesse o artigo aqui).

De acordo com Pascarelli, a leitura do artigo provocou uma reflexão pessoal e coletiva sobre o papel da arte no enfrentamento à violência contra a mulher. “Eu já vinha acompanhando, como magistrado e cidadão, o impacto devastador dessa violência e entendi que a música poderia ser uma forma sensível e poderosa de levar a mensagem ao coração das pessoas”, ressaltou o compositor, que também é Desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas e professor universitário. Para ele, trabalhar com Joyce e Guilherme foi uma experiência rica e inspiradora. “Joyce tem uma força interpretativa única e uma entrega artística que vai muito além da técnica. Guilherme, por sua vez, é um compositor talentoso e sensível. Já tivemos outras parcerias musicais, mas “O Corpo é Meu” representa uma das mais significativas, justamente por unir o cuidado estético a uma mensagem social tão urgente”, destacou ele.

A ideia de produzir um clipe surgiu da necessidade de ampliar o alcance da mensagem, pois ficou evidente que a música produzia o efeito de sensibilizar, mobilizar, mas o clipe poderia dar forma visual ao sentimento e à luta que a letra carrega. “Queríamos algo que transcendesse o entretenimento e se tornasse um instrumento de conscientização”, disse Pascarelli.

Questionado sobre a repercussão da produção audiovisual na esfera pública, o desembargador garante que a iniciativa deve ser entendida como um instrumento de enfrentamento à violência, uma resposta clara e firme à trágica realidade em que vivem milhares de mulheres. “A arte não substitui políticas públicas ou o sistema de justiça, mas ela tem um papel transformador: sensibiliza, provoca e cria conexões humanas que o discurso técnico nem sempre alcança. Se o clipe ajudar a gerar debates, fortalecer a autoestima das mulheres e incomodar quem naturaliza a violência, já terá cumprido uma função social importantíssima”, enfatizou.

Para Giselle Falcone, transformar a violência contra a mulher em arte é um ato de coragem e resistência. “É dar voz às silenciadas, transformar dor em denúncia e, ao mesmo tempo, inspirar força e mudança. A música pode atravessar barreiras que leis e discursos não alcançam. “O corpo é meu’ é esse grito coletivo que ecoa por todas nós”, exclamou a advogada, que também é Ouvidora da Justiça Eleitoral do Amazonas, ex-Diretora da Escola Judiciária Eleitoral.

A Deputada Estadual Alessandra Campêlo acredita que a arte, ao longo da história, foi ferramenta para questionar injustiças e promover mudanças sociais. “E a música, com sua linguagem universal, pode mudar as mentes e os corações, ela toca na alma e dá voz às mulheres que são silenciadas todos os dias! A música ‘O Corpo é Meu’ denuncia em cada verso a nossa dor e ajuda a transformar isso em luta!”, completou a parlamentar, que atualmente é a Procuradora Especial da Mulher da ALE/AM.

A ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, também parabenizou a ação, enfatizando a importância da arte como meio de expressão dos problemas sociais.

A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, que integra o Superior Tribunal Militar desde 2007 e atualmente preside a Corte, sendo a primeira e única mulher a ocupar o cargo em mais de dois séculos de história, também parabenizou a ação, enfatizando a importância da arte como meio de expressão dos problemas sociais.

“Transformar a violência contra a mulher em arte é fundamental para resgatar a voz das vítimas e confrontar a sociedade com a dura realidade da opressão de gênero, quebrando o silêncio e mobilizando a todos na luta por um futuro de respeito e igualdade”, afirmou a ministra.

O lançamento é parte do projeto Conexão Rio Manaus, realizado em colaboração com a Pontes Comunicação e Arte, a Saga Publicidade e a Hype Brazil. As gravações ocorreram em Manaus, com uma proposta de roteiro que buscou reunir elementos capazes de envolver o público em torno de um assunto urgente e de interesse global, sem perder de vista o conceito de regionalidade.

“Manaus é minha casa, é onde vivo e trabalho. Além disso, a cidade é um espaço simbólico para essa mensagem: ela reúne diversidade cultural, resistência histórica e também enfrenta desafios sociais que não podemos ignorar. Quis que o clipe carregasse essa identidade amazônica, mostrando que a luta contra a violência à mulher é global, mas também profundamente local”, ratificou o magistrado.

Em todo o processo de produção, o qual reuniu aproximadamente 60 mulheres (em diversas funções – direção, roteiro, maquiagem, elenco etc.), o principal desafio concentrou-se em equilibrar o cuidado estético com a sensibilidade do tema; impedir que o sentimento de dor fosse explorado de forma sensacionalista, sem que a mensagem perdesse sua força, potência. Encontrar esse ponto de equilíbrio exigiu muito diálogo entre todos os envolvidos, da direção à equipe técnica, passando pelos músicos e figurantes. De forma que o resultado atendeu às expectativas dos compositores.

“Fiquei muito satisfeito com o resultado. O clipe conseguiu traduzir, em imagem, a força e a emoção que colocamos na música. Gostaria de destacar a interpretação da Joyce, que entregou não apenas sua voz, mas também sua expressão cênica, e a sensibilidade da direção, que captou a essência da canção sem desviar do propósito: afirmar que “o corpo é meu” é, acima de tudo, um grito de liberdade e respeito”, finalizou Pascarelli.

Compartilhar:

PUBLICIDADE

Justiça manda ex-PM acusado de matar campeão de jiu-jítsu para presídio comum
Justiça manda ex-PM acusado de matar campeão de jiu-jítsu para presídio comum
Mesmo com prisão preventiva decretada, vereador Rosinaldo Bual continuará ganhando R$ 26 mil
Mesmo com prisão preventiva decretada, vereador Rosinaldo Bual continuará ganhando R$ 26 mil
643D975D-70C1-4E6F-AAE8-19B17A419E4E
Presidente Roberto Cidade incentiva alunos na preparação para o Enem 2025 por meio do programa Aleam Educa, de sua autoria
Ex-MasterChef é condenado a mais de 10 anos de prisão por estup4r menina de 12 anos
Ex-MasterChef é condenado a mais de 10 anos de prisão estupr0 de menina de 12 anos
Justiça decreta prisão de ex-pastor que mat0u professora com 33 fac4das e disse: “ela me traiu”
Justiça decreta prisão de ex-pastor que mat0u professora com 33 fac4das e disse: “ela me traiu”
BD1139CF-82FF-45FF-8CF2-9EB110B1AB27
Golpes virtuais na mira: deputado Roberto Cidade apresenta Projeto de Lei que amplia proteção ao cidadão
WhatsApp Image 2025-10-03 at 15.10
Policial que publicou vídeo lavando viatura é punida com dois dias de prisão no Ceará
x(454)
STJ rejeita liberdade de Hatus, personal da família de Djidja e envolvido no tráfico de cetamina
Governo anuncia fim da obrigatoriedade de autoescolas para CNH
Governo anuncia fim da obrigatoriedade de autoescolas para CNH
Durante audiência virtual, homem esquece câmera ligada ao ir ao banheiro e acaba 'mostrando demais'
Durante audiência virtual, homem esquece câmera ligada ao ir ao banheiro e acaba 'mostrando demais'
Verified by MonsterInsights