Uma nova acusação de uma suposta tentativa de estupro veio à tona do advogado Francisco Charles Cunha Garcia Junior, nesta semana, em Manaus. O Expresso Jus conversou com a advogada Adriane Magalhães, que está representando duas vítimas.
Charles foi denunciado no dia 16 de abril pela sua ex-secretária na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), pelos crimes de estupro e assédio dentro de um escritório jurídico. Com a ampla divulgação do caso, mais uma vítima, que foi cliente do acusado, procurou a advogada.
Por meio de áudios disponibilizados pela defesa, a mulher, que não quis se identificar, conta que teve seu primeiro contato com Charles por meio do Facebook há cerca de 4 anos, após divulgar um desabafo sobre uma situação que estava vivendo com o seu ex-companheiro.
O advogado ofereceu ajuda jurídica, porém, certo dia, passou a ligar insistentemente por vídeochamada e enviou a foto de sua esposa, Juliana Coimbrã, também advogada, sentada sem calcinha.
“Eu não atendi. Deixei ficar tocando. Eu não tenho o costume de atender nem as pessoas próximas, quem dirá de alguém que eu nem conhecia. Do nada, ele mandou uma foto da doutora Juliana sentada de perna aberta, sem calcinha (…) fiquei sem entender nada e ele disse: ‘essa é minha esposa, olha como ela é gostosa’. O que tu achou dela? Na hora, fiquei tão sem reação que eu só fechei a conversa e falei: ‘acho que esse cara tá bêbado ou tá doido, me ligando e mandando mensagem’. Como ele viu que eu não prolonguei o assunto e nem respondi, ele não mandou mais nada”.
Dias depois, o advogado procurou novamente a mulher, não tocou no assunto da foto e voltou a falar sobre a situação dela com o seu ex-companheiro. Nisso, ele pediu para encontrá-la pessoalmente para conversarem, mas foi aí que tudo piorou.
“Quando eu entrei no carro dele, ele tirou um papelzinho transparente com um pé dentro e o nariz dele estava branco (…) ele perguntou se eu curtia. Nossa, foi um susto (…) tinha uma arma entre os dois bancos”.
Conversando sobre o caso, Charles levou a vítima para um motel dizendo que precisava tomar banho. Com medo de ser morta por conta da arma no veículo, a mulher foi com ele.
“Ele conversava comigo e não parava de cheirar pó. Ele tomou banho e veio com tudo pra cima de mim (…) ele tentou que eu fizesse sexo oral nele (…), eu falei não. Ele disse: ‘Tu lembra que eu mandei uma foto da minha esposa? A minha esposa adora quando eu como outra pessoa, ela adoraria saber disso. A gente sempre sai pras festas e a gente fica analisando uma menina legal que nem você pra sair com a gente, mas eu sempre faço checklist antes pra depois eu convidar minha mulher pra brincadeira’. Isso foi só me desesperando”.
A vítima conseguiu pedir um motorista de aplicativo e fugir do local.
O Expresso Jus deixa o espaço aberto para um posicionamento do advogado Charles Guarcia sobre a nova acusação.
Ouça o áudio do relato:
Leia também: